Biossegurança Nas Ações Em Farmácia

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes”Curso de Habilitação Profissional de Técnico em FarmáciaBiossegurança nas Açõesem FarmáciaMÓDULO IITatuí-SP2017/2018

ÍNDICEBiossegurança nas Ações em FarmáciaIntroduçãoPG.02I.Conceitos de Limp., Desinfec., Esteril., Descontam. e Anti-Sepsia03II.Técnica de Lavagem e Cuidado das Mãos05III.Proteção da Equipe de Saúde06IV.Normas Básicas de Prevenção da Infec. no Ambiente de Trabalho11V.Normas Básicas de Prevenção de Acid. no Ambiente de Trabalho11VI.Classificação dos Ambientes14VII. Classificação dos Artigos14VIII. Classificação dos Procedimentos Clínicos14IX.Normas Técnicas de Descontam. Limp., Preparo, Desinfec. .14X.Limp. e Desinfec. de Móveis, Equipamentos, Instrumentos e Mat.18XI.Procedimento que requer Técnica Asséptica20XII. Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)23XIII. Fontes de Radiação Química e Radioativa – Prevenção e Controle25XIV. Riscos Químicos26XV. Agentes Químicos30BIBLIOGRAFIA.421

BIOSSEGURANÇA NAS AÇÕES EM FARMÁCIAIntrodução:A biossegurança nas ações em farmácia tem o objetivo, maior em manter e prevenir asaúde do profissional, dos clientes e certos cuidados com o meio ambiente.Esta disciplina visa dar aos alunos conhecimentos, noções básicas de técnicas usadaspara evitar acidentes de trabalho utilizando: os equipamentos de proteção individuais(EPIs), osequipamentos de proteção coletiva (EPCs) e normas de boas práticas usadas para evitaracidentes. Mostra também os malefícios causados pela exposição aos agentes físico comoradiação ,a contaminação com agentes biológico no caso de acidente com perfuro cortantes e oscuidados e perigos ao manipular os agentes químicos.Ensina conceitos e técnicas as quais compreendem os cuidados em manter o pacientelivre de contaminações causadas por microrganismos nocivos a saúde, e a importância que vaidesde a simples lavagem das mãos, limpeza do chão, a escolha do melhor desinfetante até umaesterilização de materiais . Os cuidados com lixo, o descarte do lixo químico e biológicoprotegendo assim, o meio ambiente.O significado da palavra BIOSSEGURANÇA, bio (do grego bios) vida, segurança referese a vida protegida, preservada, livre de danos, perigo ou risco, prevenindo e mantendo a saúde. Cidadania / conscientização - a biossegurança, considerada atualmente como direito edever de todo cidadão, deve ser aplicada de forma constante com o propósito de protegere promover a salvaguarda da vida de todos os trabalhadores, clientes, pacientes,estudantes e cidadãos. Disciplina - acidentes ocorrem quando e onde se perde o controle da situação. Deve-setrabalhar com o pensamento de que “é melhor prevenir que remediar”, reforçando autilização e normas de prevenção contra acidentes. Ética profissional - partindo do princípio de que se trabalha nas áreas das ciências dasaúde e biológicas com fluidos, deve ser prioritário o sistema preventivo de precaução,zelo e disciplina. Todas as amostras, de origem humana e animal, devem ser tratadoscomo se estivessem contaminadas.O profissional ético deve empregar em suas práticas as normas de cuidados específicas,evitando, com normas de biossegurança, a exposição de seu paciente, seus companheiros e oscidadãos a riscos decorrentes de seu trabalho. O profissional deve ter a postura e o compromisso de proteção de todo e qualquer cidadãocontra a falta de cuidado técnico e descuido ético, exigindo e trabalhando com a boaprática e conduta na obediência criteriosa das normas de biossegurança e de proteçãoindividual e coletiva. O profissional deve estabelecer coerentemente o vínculo entre o pensamento ético e aconsciência social objetivando a melhor prática na execução de sua atividade nas áreasdas ciências e da saúde. O profissional e o aluno das áreas das ciências da saúde e biológicas devem estarconscientes de que o ser humano abrange aspectos corporais, emocionais, voluntários,mentais, psicológicos, sociais e valorativos.Doença OcupacionalDoença ocupacional é a alteração na saúde do trabalhador, provocada por fatoresambientais associados ao trabalho. Como por exemplo, Dermatite pelo uso de luvas Qual a diferença entre Doença Ocupacional e Acidente de Trabalho?Doença ocupacional é a alteração na saúde do trabalhador causada por exposiçãoexcessiva a agentes químicos danosos em curto, médio e longo prazo. Em geral, as doençasocupacionais levam algum tempo para se manifestarem e, quando isto ocorre, aparecem sob aforma de tumores malignos (câncer) ou lesões em órgãos, entre outros. Já acidente de trabalhopode ser definido como qualquer acidente de ação imediata, provocados por situações adversas.Englobam acidentes de trabalho, queimaduras, quedas, cortes e amputações de membros,contaminação com agentes biológicos, entre outros.2

Quais as implicações legais para o empregador e técnicos responsáveis pela segurançanas empresas quanto às Doenças Ocupacionais?Todo o empregador é obrigado a oferecer proteção adequada ao trabalhador no seuambiente de trabalho. Para executar essa tarefa, a legislação exige que cada empresa tenha umaequipe técnica responsável por decidir e implantar processos de segurança (engenharia,equipamentos e treinamentos de segurança) para os funcionários. Caso algum funcionário,comprovadamente, adquira uma doença ocupacional por falta de uso de equipamentos para suaproteção, a empresa – na figura de seu proprietário ou representante legal - assim como toda aequipe técnica, podem ser responsabilizados e sofrerem processo criminal pela lesão causada aofuncionário. Além disso, o funcionário pode solicitar indenização pelo dano causado.O trabalhadordeve estar apto e treinado para desempenhar o seu trabalho e deve ser informado pela equipedos riscos, severidade e as primeiras atitudes em caso de que os mesmos ocorram. Porque se deve proteger a pele? Quais são as suas funções?A pele é um órgão extenso, sabe-se que é o maior órgão do corpo humano e atua emfunções específicas extremamente importantes para a vida, como: barreira de proteção contra agentes externos agressores; sistema de termorregulação; sistema de sensibilidade física (tato, calor, pressão, dor); secreção de lipídios protetores, leite; síntese de vitaminas; sistema de sustentação para outros órgãos; sistema indicativo complementar diagnóstico.I - Conceitos de Limpeza, Desinfecção, Esterilização, Descontaminação e Anti-SepsiaLIMPEZAÉ o procedimento de remoção de sujeira (poeira, insetos, tocos de cigarros, papel debalas, etc) e matéria orgânica. Usualmente se faz com sabão, água e ação mecânica. A Limpezadeve preceder (vir antes) os procedimentos de desinfecção ou de esterilização., pois reduz acarga microbiana através da remoção da sujidade e da matéria orgânica presentes nos materiais.Assim, é verdadeiro afirmar que a limpeza RIGOROSA, é condição básica para qualquerprocesso de desinfecção ou esterilização.“É possível limpar sem esterilizar, mas não é possível garantir a esterilização sem limpar.”Utilizar equipamentos de proteção individual: aventais impermeáveis, luvas antiderrapantesde cano longo, óculos de proteção e máscaras, sapatos fechados.DESINFECÇÃO:È o processo que remove ou mata a maioria, mas não todos, organismos viávies, Constituium processo físico e/ou químico que destrói o microrganismo presente em objetos inanimado,mas não necessariamente os esporos dos microrganismos, redução da quantidade demicrorganismos.Os microrganismos depositados sobre balcões, bancadas, maca, braçadeira, cadeira emobiliários em estreito contato com pacientes, podem resistir em matéria orgânica ressecada nascondições ambientes, mantendo sua capacidade de causar infecção.MicrorganismoVírus da ImunodeficiênciaHIVVírus da Hepatite B- HBVTempo de SobrevivênciaHumana- Até 3 diasAté 1 semanaEnteroccoccus sppAté 7 diasAcinetobacter baumanniiAté 2 dias3

ESTERILIZAÇÃO:Esterilização é o processo que promove a completa eliminação ou destruição de todas asformas de microrganismos presentes. É um processo absoluto não havendo graus deesterilização.DESCONTAMINAÇÃO:É a desinfecção ou esterilização terminal de objetos e superfícies contaminadas commicrorganismos patogênicos, tornando-os seguros para manipulação.ANTISSEPSIA:É um processo por meio do qual, microrganismos presentes em tecidos são destruídos oueliminados após aplicação de agentes antimicrobianos. A anti-sepsia é a técnica utilizada paradesinfecção da pele no caso da aplicação dos injetáveis.ASSEPSIA:É o processo pelo qual se elimina agentes patogênico de um local após a aplicação deagente antimicrobiano. Técnica utilizada quando limpamos uma maca, um balcão, utilizando álcool70 º.ANTISSÉPTICO:Desinfetante utilizado em tecidos vivosSÉPSIS: ContaminaçãoExercício de Fixação:1-)Citar exemplos (mínimo 2) quando utilizamos: as técnicas de limpeza, esterilização edescontaminação nas ações em farmácia.2-) Explique a seguinte frase: “É possível limpar sem esterilizar, mas não é possível garantir aesterilização sem limpar.”II - Técnica de Lavagem e Cuidado das MãosA superfície das mãos é densamente contaminada por microrganismos. A maioria dessesmicrorganismos é facilmente removida, quer porque os microrganismos não sobrevivem, querporque são retirados através da lavagem, juntamente com a sujidadeA maioria das bactérias patogênicas e não patogênicas são removidas facilmente pelaágua e sabão. O restante é melhor atacada por antissépticos químicos adequados. Para máximoefeito, toda sujidade, gordura e qualquer outro material estranho deve ser removido primeiro comágua e sabão, de modo a permitir ótimo contato entre o agente químico e as bactérias.LAVAGEM DAS MÃOSA lavagem simples das mãos, ou lavagem básica das mãos, que consiste na fricção comágua e sabão, é o processo que tem por finalidade remover a sujidade e a maioria das bactériaspatogênicas e não patogênicas4

QUANDO REALIZAR: no início do dia; antes e após o atendimento do paciente; antes de calçar as luvas e após removê-las; após tocar qualquer instrumento ou superfície contaminada; antes e após utilizar o banheiro; após tossir, espirrar ou assoar o nariz; ao término do dia de trabalho.TÉCNICA PARA LAVAGEM DAS MÃOS Remover anéis, alianças, pulseiras, relógio, fitinhas etc.; Umedecer as mãos e pulsos em água corrente; Dispensar sabão líquido suficiente para cobrir mãos e pulsos; Ensaboar as mãos. Limpar sob as unhas; Esfregar o sabão em todas as áreas, com ênfase particular nas áreas ao redor das unhase entre os dedos, por um mínimo de 15 segundos antes de enxaguar com água fria. Daratenção especial à mão não dominante, para certificar-se de que ambas as mãos fiquemigualmente limpas. Obedecer a seqüência: Palmas das mãos; Dorso das mãos; Espaços entre os dedos; Polegar; Articulações; Unhas e pontas dos dedos; Punhos. Repetir o passo anterior; Secar completamente, utilizando toalhas de papel descartáveis.Lavagens das MãosCUIDADOS COM AS MÃOS Limpar sob as unhas. As unhas são áreas comuns para impactação de sangue e estesangue não é facilmente removido pelas técnicas de lavagem das mãos. Portanto, devemser mantidas curtas, palitos de plástico ou de madeira podem ser utilizados para limpá-las.5

As mãos devem sempre ser secas completamente. A secagem adequada pode ser oprimeiro passo na prevenção de irritações na pele.Proteger os cortes ou abrasões nas mãos ou antebraços com curativo impermeável antesdo trabalho em farmácia.Utilizar hidratantes ao final das atividades diárias.III - Proteção da Equipe de SaúdeEQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUALOs EPIs são dispositivos de uso individual destinados a proteger a integridade física e asaúde do trabalhador.EPI – Equipamentos de Proteção Individual: máscaras, gorros, visor facial ou óculos,avental com mangas sanfonadas, jaleco, luvas borrachóides, luvas de látex, botas, aventalimpermeabilizado etc.EPC- Equipamentos de Proteção Coletiva: são utilizados para minimizar a exposição dostrabalhadores aos riscos e, em caso de acidentes, reduzir suas conseqüências, exemplo ascapelas.1- LUVASRecomenda-se o uso da luva como forma de isolamento e proteção do profissional.Sempre que houver possibilidade de contato com matéria orgânica (sangue, saliva, vômito. urina,fezes, etc), contato com a mucosa ou com superfície contaminada, o profissional deve utilizarluvas. Embora as luvas não protejam contra perfurações de agulhas, lancetas, nos casos deaplicação de injetáveis, testes de diabetes, etc está comprovado que elas diminuem o risco decontaminação.Antes do atendimento de cada paciente, o profissional deve lavar suas mãos e colocarnovas luvas; após o tratamento de cada paciente o profissional deve remover e descartar as luvase lavar as mãos. NÃO devem ser lavadas antes do uso, NEM lavadas, desinfetadas ouesterilizadas para reutilização, pois pode causar a penetração de líquidos através de furosindetectáveis.NORMAS NA UTILIZAÇÃOoooooAs luvas devem sempre ser compatíveis com o tamanho das mãos.As luvas NÃO devem ser utilizadas fora das áreas de tratamento.As luvas devem ser trocadas entre os tratamentos de diferentes pacientes.A parte externa das luvas NÃO deve ser tocada na sua remoção.As luvas devem ser checadas quanto a presença de rasgos ou furos antes e depois decolocadas, devendo ser trocadas, caso isso ocorra.6

ooSe as luvas se esgarçarem ou rasgarem durante o tratamento de um paciente, devem serremovidas e eliminadas, lavando-se as mãos antes de reenluvá-las.Se ocorrerem acidentes com instrumentos pérfuro-cortantes, as luvas devem ser removidase eliminadas, as mãos devem ser lavadas e o acidente comunicado.TÉCNICA PARA A COLOCAÇÃO DAS LUVAS ESTERILIZADASooooooColocar o pacote sobre uma mesa ou superfície lisa, abrindo-o sem contaminá-las. Expor asluvas de modo que os punhos fiquem voltados para si.Retirar a luva esquerda (E) com a mão direita, pela dobra do punho. Levantá-la, mantendo-alonge do corpo, com os dedos da luva para baixo. Introduzir a mão esquerda, tocandoapenas a dobra do punho.Introduzir os dedos da mão esquerda enluvada sob a dobra do punho da luva direita (D).Calçar a luva direita, desfazendo a seguir a dobra até cobrir o punho da manga do avental.Colocar os dedos da mão D enluvada na dobra do punho da luva E, repetindo oprocedimento acima descrito.Ajustar os dedos de ambas as mãos.Após o uso, retirar as luvas puxando a primeira pelo lado externo do punho, e a segundapelo lado interno.SEQUÊNCIA DE COLOCAÇÃO DAS LUVAS ESTÉREIS7

2- MÁSCARASRecomenda-se o uso de máscaras para proteger as mucosas e as vias aéreassuperiores.Existem diversos processos patológicos relacionados com as vias respiratórias porserem consideradas como porta de entrada para microrganismos patogênicos: asma, bronquitecrônica e o enfisema. A bronquite pode ter entre outras coisas a inalação freqüente de produtostóxicosNORMAS PARA A UTILIZAÇÃOoooooooooAs máscaras devem ser colocadas após o gorro e antes dos óculos de proteção.As máscaras devem adaptar-se confortavelmente à face, sem tocar lábios e narinas.Não devem ser ajustadas ou tocadas durante os procedimentos.Devem ser trocadas entre os pacientes e sempre que se tornarem úmidas, quando dosprocedimentos geradores de aerossóis ou respingos, o que diminui sua eficiência.Não devem ser usadas fora da área de atendimento, nem ficar penduradas no pescoço.Devem ser descartadas após o uso.As máscaras devem ser removidas enquanto o profissional estiver com luvas. Nunca comas mãos nuas.Para sua remoção, as máscaras devem ser manuseadas o mínimo possível e somentepelos bordos ou cordéis, tendo em vista a pesada contaminação.O uso de protetores faciais de plástico NÃO exclui a necessidade da utilização dasmáscaras.3- ÓCULOS DE PROTEÇÃORecomenda-se o uso nos trabalhos desenvolvidos que liberam faíscas,fontes luminosasintensas, radiação ou qualquer outra fonte nociva.A proteção ocular formada por peça inteira que se adapta ao topo da cabeça ou parcial, tipoóculos, deve ser verificada quanto a sua adequação e indicação para produtos perigososdispersos em nuvens, fumos, aerossóis ou lâmpadas que lesam o olho e suas estruturas. Adepender da exposição química, física ou biológica, a indicação do protetor adequado deve seratendida. Há muito existem lentes de protetores que são descritas como seletoras de impedimentopara a luz ultravioleta e são indicadas por exemplo para os que trabalham com transiluminadoresou setores com lâmpadas germicidas ultravioleta.NORMAS PARA A UTILIZAÇÃOoooÓculos de proteção com vedação lateral ou protetores faciais de plástico, devem serusados durante o tratamento de qualquer paciente, para proteção ocular contra acidentesocupacionais (partículas advindas de restaurações, placa dentária, polimento) econtaminação proveniente de aerosóis ou respingos de sangue e saliva.Os óculos de proteção também devem ser usados quando necessário no laboratório, nadesinfecção de superfícies e manipulação de instrumentos na área de lavagem.Óculos e protetores faciais não devem ser utilizados fora da área de trabalho.CUIDADOSDevem ser lavados e desinfetados quando apresentarem sujidade.4- AVENTAISSempre que houver possibilidade de sujar as roupas com sangue ou outros fluidosorgânicos, devem ser utilizadas vestes de proteção, como aventais reutilizáveis ou descartáveis,aventais para laboratório ou uniformes sobre elas. Avental não estéril - usado em procedimentos semi-críticos e não críticos, de preferênciade cor clara, gola alta do tipo “gola de padre”, com mangas que cubram a roupa ecomprimento ¾, mantido sempre abotoado.8

Avental estéril - usado em procedimentos críticos, vestido após o profissional estar com oEPI e ter realizado a degermação cirúrgica das mãos. Deve ter fechamento pelas costas,gola alta tipo “gola de padre”, com comprimento cobrindo os joelhos e mangas longas compunho em elástico ou ribana.NORMAS PARA A UTILIZAÇÃOoooO avental fechado, com colarinho alto e mangas longas é o que oferece a maiorproteção.Os aventais devem ser trocados pelo menos diariamente, ou sempre quecontaminados por fluidos corpóreos.Os aventais utilizados devem ser retirados na própria clínica e, com cuidado,colocados em sacos de plástico, para o procedimento posterior (limpeza oudescarte). Com essa atitude, evita-se a veiculação de microrganismos da clínicapara outros ambientes, inclusive o doméstico.5- GORROSOs cabelos devem ser protegidos da contaminação através de aerossóis e gotículas desangue e saliva, principalmente quando de procedimentos cirúrgicos, com a utilização de gorrosdescartáveis, que devem ser trocados quando houver sujidade visível.6- ROUPA DE PROTEÇÃO QUÍMICAA roupa de proteção química evita que o funcionário adquira doenças ocupacionaisrelacionadas com a pele. A doença ocupacional relacionada com a pele pode ser adquirida naexposição do trabalhador a agentes químicos, físicos, biológicos ou radioativos em quantidadesacima das permitidas por lei ou em concentrações e/ou tempo de exposição inadequados para asaúde.OBS: Usar sempre equipamentos de proteção individual (EPIs) quando for trabalhar na limpeza,lavagem, desinfecção e esterilização de artigos.EPCs Cabines de fluxo laminar, horizontal e vertical Equipamento de socorro imediato (chuveiro, lava-olhos, pia, sabão, escova etc). Exaustores Caixas com luvas Extintores de incêndio Recipientes especiais para rejeitos Pipetas mecânicasExemplo:Chuveiro e Lava-Olhos de EmergênciaSão equipamentos de proteção coletiva imprescindíveis a todos os laboratórios. Sãodestinados a eliminar ou minimizar os danos causados por acidentes nos olhos e/ou face e emqualquer parte do corpo.O lava-olhos é formado por dois pequenos chuveiros de média pressão, acoplados a umabacia de aço inox, cujo ângulo permita o direcionamento correto do jato de água na face e olhos.Este equipamento poderá estar acoplado ao chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco delavagem ocular.Exercícios de Fixação1-) Quando recomenda-se o uso de luvas, nas ações em farmácia?2-) Quais os EPIs recomendados nas aplicações de injetáveis?3-) Quais os EPCs encontrados em uma drogaria?9

IV - Normas Básicas de Prevenção da Infecção no Ambiente de Trabalho1 – Antissepsia das mãos sempre que houver contacto da pele com sangue e secreções dequalquer paciente;2 – Usar luvas ao manipular sangue e/ou secreções e sempre que houver possibilidade decontacto com matéria orgânica. Após retirar as luvas, fazer a anti-sepsia das mãos;3 – Usar avental ou uniforme fechado e de mangas longas no ambiente de trabalho;4 – Não se alimentar e nem fumar no local de trabalho;5 – Não recapar, dobrar ou quebrar agulhas utilizadas;6- Quando for dosar a glicose, no aparelho portátil, não utilizar a caneta que não possuirmecanismo de descarte automático de agulha, utilizar lanceta ou agulhas e imediatamentedescartar em recipiente rígido.7 – Desprezar agulhas, lâminas e outros materiais perfuro cortantes em recipientes de paredesrígidas (latas ou caixas de papelão de paredes rígidas). Encher até 2/3 de sua capacidade, fechare desprezar no LIXO HOSPITALAR;8 – Usar máscaras e óculos ou visor quando houver risco de contaminação de mucosas de face(olho, boca, nariz) com respingos de sangue ou outras secreções;9 – Profissionais com lesões de pele (dermatites), devem evitar ter contato direto com pacientes; senecessário, utilizar luvas;10 – Realizar a limpeza, desinfecção e esterilização de materiais e ambientes.V - Normas Básicas de Prevenção de Acidentes no Ambiente de TrabalhoConhecer as regras e riscos; Treinamento específico na área que visa atuar; Evitar trabalhar sozinho com microrganismo - a companhia é recomendada para ajuda nossocorros em casos de acidentes; Proteção por imunização (hepatite, tétano e raiva) e monitoramento sorológico daresposta imunológica; Limitar o acesso ao laboratório de pessoas e visitantes leigos; Usar os equipamentos ou dispositivos de proteção individual invariavelmente econtinuamente, o uso de roupas, eventualmente no momento de trabalho utilizarmáscaras, óculos adequados, luvas adequadas; Respeitar as normas de limpeza e higiene do local; Usar os equipamentos ou dispositivos de proteção coletiva, cabinas e fluxos laminares ede exaustão quando necessário; Minimizar a produção de aerossóis e solventes voláteis; Proteger a pipeta com algodão hidrófobo, nunca pipetar com a boca; Desinfecção da maioria dos microrganismos, incluindo protozoários, helmintos e bactérias;pode ser com soluções de uso comum em laboratórios (fenol 5% / formol 4% / álcool 70%/ hipoclorito de sódio 1-2%). Para inativação da maioria dos vírus e fungos; Extremo cuidado individual e coletivo com os trabalhos com radiaçãoEm caso de acidentes1. Nunca entrar em pânico. Se o acidente já aconteceu, tem-se que pensar na melhorsolução para minimizar os riscos e danos, mantendo a situação sob controle e sematropelos2. Evitar o pânico e chamar IMEDIATAMENTE o responsável pelo setor para o controle dasituação.3. EVITAR AGLOMERAÇÕES na área.4. Atender o acidentado e imediatamente conter o acidente - não permitir vazamento edisseminação do material.5. Cobrir o líquido derramado ou fluido com hipoclorito de sódio, deixar repousar, não varrer olocal antes de descontaminar a área e não provocar a formação de aerossóis.6. Isolar a área.7. Identificar a origem do material contaminado.10

8. Registrar o acidente, se possível, com testemunhas e apresentar o fato ao responsávelsuperior no setor.9. Em caso de emergência, proceder ao encaminhamento do acidentado a um hospital oupronto atendimento.Com pérfuro-cortantes1. Lavar o local com sabão e cobrir o local com gaze estéril.2. Identificar o soro / sangue / paciente e falar com o responsável técnico presente.3. O Chefe do setor solicitará ao paciente / cliente uma autorização para a realização deexame diagnóstico sorológico para HIV e Hepatite com o compromisso de não divulgar oresultado.4. O procedimento torna-se necessário para o caso de um tratamento profilático com aspossíveis drogas recomendadas pela OMS e setor de retroviroses do pronto socorro.a5. Os acidentes devem ser registrados e informados as instâncias superiores do Setor e daSecretaria de Saúde, conforme preconizado no POP (procedimento operacional padrão)pela CIBio e pela Vigilância Sanitária.ProfilaxiaNão há nada que se possa fazer com contaminação pelo vírus da hepatite C. Profissionaisque já tenham tomado a vacina para hepatite B, não têm necessidade de nenhuma conduta apósacidente com o vírus da hepatite B. Quem tomou uma dose da vacina,deve tomar outra dose logoapós o acidente, juntamente com imunoglobulina (HBIg) e a última após 6 meses. Quem tomou 2doses da vacina para hepatite B, deve tomar a última logo após o acidente, juntamente comimunoglobulina (HBIg).1.Para a contaminação com o HIV, deve-se iniciar com as drogas antivirais o mais rápidopossível (1 hora até 36 horas após a exposição), utilizando-se Zidovudina 200 mg trêsvezes por dia, Lamivudinae 150 mg duas vezes por dia e Indinavir 800 mg três vezes pordia ou Ritonavir 600 mg duas vezes por dia durante 4 semanas.Seguimento clínicolaboratorial2.Em caso de acidentes e possíveis contaminações, procurar os locais de serviços deinfecções e após medidas imediatas pós- evento ou acidente, durante um ano, deve-seobrigatoriamente usar preservativos em relações sexuais, evitar amamentação e nuncadoar sangue. Deve-se colher sangue com 6 semanas, 90, 180 dias e um ano, buscandopossível soroconversão para hepatite B e C e HIV.Conduta pós-acidente1. Os acidentes devem ser registrados e documentados oficialmente.2. Devem ser discutidos nas reuniões periódicas da Comissão Interna de Biossegurança(CIBio), Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), quando devem seridentificadas e determinadas as falhas nos dispositivos, na metodologia, na segurança eno treinamento do indivíduo.3. Em reuniões periódicas deve-se ter a preocupação de analisar e sugerir atualizações emeios de revisão e fiscalização nos cuidados e medidas de proteção.4. Devem estar sempre disponíveis Caixa de primeiros-socorros / farmácia do setor.Documento / formulário para registro de acidente.1. Documento de solicitação de autorização de exame da amostra do paciente/ clienteenvolvido no acidente.2. Documento do técnico/estudante/trabalhador com dados gerais e pessoais.3. Contatos telefônicos e contatos para registro do acidente na Secretaria de Saúde/Vigilância Sanitária.Normas para Acidentes1. A primeira providência a ser tomada é a contenção do material contaminado por agentepatogênico, portanto deve-se evitar que líquidos se espalhem cobrindo-os com materialabsorvente seco, depois colocar o desinfetante e descontaminar o material absorvente(autoclave, desinfetante). Deve-se evitar que sólidos sejam carregados nas solas desapato ou roupas. Somente após esta contenção, deve-se atender o(s) indivíduo(s)presente(s) durante o acidente:2. roupas contaminadas: molhar bem com álcool (concentração mais adequada:70%);11

3. feridas: utilizar material absorvente embebido em povidine (ou álcool à 70%);4. retirar material contaminante de pele, mucosa oral, ferida. Estimular sangramento apósdesinfecção;5. contaminação ocular: lavar exaustivamente em lava-olhos (se não tiver, lavar com salina,água boricada ou água da pia em último caso); deve-se tentar coletar um pouco domaterial infectado para testes;ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999)Segundo o Ministério da Saúde (1999), os acidentes de trabalho com sangue e outrosfluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, umavez que as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciadoslogo após a ocorrência do acidente, para sua maior eficácia.O risco médio de se adquirir o HIV é de, aproximadamente, 0,09% após exposiçãopercutânea, e de 0,3% após exposição mucocutânea. Esse risco foi avaliado em situações deexposição a sangue; o risco de infecção associado a outros materiais biológicos é inferior, aindaque não seja definido. O risco de transmissão após exposição da pele íntegra a sangue infectadopelo HIV é estimado como menor do que o risco após exposição mucocutânea.Um estudo caso-controle, com o uso profilático do AZT (zidovudina), demonstrou umaassociação entre o uso de quimioprofilaxia e a redução de 81% do risco de soroconversão apósexposição ocupacional. Atualmente, o uso combinado de anti-retrovirais é recomendado pela suapossibilidade de maior eficácia na redução do risco de transmissão ocupacional do HIV, emboraisto ainda não tenha sido comprovado em estudos clínicos.A probabilidade de infecção pelo vírus da hepatite B após exposição percutânea ésignificativamente maior do que a probabilidade de infecção pelo HIV, podendo atingir até 40%,em exposições onde o paciente-fonte apresente sorologia AgHBs reativa. Para o vírus da hepatiteC, o risco médio é de 1,8%; dependendo do teste utilizado para diagnóstico da hepatite C, o riscopode variar de 1 a 10%.No Brasil, a utilização da vacina para hepatite B é recomendada para todos osprofissionais de saúde. Após exposição ocupacional a material biológico, mesmo paraprofissionais não imunizados, o uso da vacina, associado ou não a gamaglobulina hiperimunepara hepatite B, é uma medida que, comprovadamente, reduz o risco de infecção.Não existe, no momento, intervenção específica para prevenir a transmissão do vírus dahepatite C após exposição ocupacional, daí enfatizar-se os cuidados para evitar os acidentes.PREVENÇÃO DE ACIDENTES As agulhas não devem ser reencapadas pelas mãos, nem dobradas ou quebradasintencionalmente a agulha pode ser reencapada pela técnica de deslizar a agulha paradentro da tampa deixada sobre uma superfície Durante o trabalho, a passagem dasseringas sobre o paciente deve ser minimizada ou totalmente eliminada, se possível.Manusear com o máximo cuidado objetos pérfurocortantes, como bisturis e exploradores,para evitar cortes e arranhões.Não colocar objetos contaminados

2 BIOSSEGURANÇA NAS AÇÕES EM FARMÁCIA Introdução: A biossegurança nas ações em farmácia tem o objetivo, maior em manter e a prevenir