Cuidar Da Família Com Um Idoso Dependente: Formação Em Enfermagem - Up

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CUIDAR DA FAMÍLIA COM UM IDOSO DEPENDENTE:FORMAÇÃO EM ENFERMAGEMIsabel MarIa batIsta de araújotese de doutoramento em Ciências de enfermagem2010

Isabel Maria Batista de AraújoCUIDAR DA FAMÍLIA COM UM IDOSO DEPENDENTE:FORMAÇÃO EM ENFERMAGEMTese de Candidatura ao grau de Doutor emCiências de Enfermagem submetida ao Institutode Ciências Biomédicas Abel Salazar daUniversidade do Porto.Orientador – Doutora Maria Constança Leite deFreitas Paúl Reis TorgalProfessora CatedráticaInstituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar daUniversidade do Porto.Co-orientador – Doutora Maria Manuela FerreiraPereira da Silva MartinsProfessora CoordenadoraEscola Superior de Enfermagem do Porto

RESUMOO envelhecimento é um processo universal, normal, gradual, irreversível, inevitável,inerente à própria vida. Na Europa registam-se taxas elevadas de pessoas muito idosassendo que Portugal enquadra-se no padrão da média comunitária e está classificado comoo sétimo país mais envelhecido. As políticas sociais e de saúde actuais preconizam amanutenção dos idosos no seu domicílio. Actualmente deparamo-nos com um númerosignificativo de pessoas idosas incapazes de satisfazer as exigências do autocuidado. Aevidência dos factos patenteia que é a família que presta a maior parte dos cuidados àspessoas idosas dependentes em contexto familiar. Assim sendo, esta problemática afecta aprática da enfermagem, a investigação e o ensino sobre família. Centrados nas evidênciascientíficas questionamos: Sendo os enfermeiros elementos centrais das equipas de saúde,será que a formação base contribui para o desenvolvimento de competências necessáriaspara intervir em contexto familiar de famílias com um idoso dependente?No período de Janeiro de 2007 a Junho de 2008 desenvolvemos um estudo quaseexperimental exploratório de corte descritivo correlacional, concebido em duas fasesdistintas: na 1ª fase reportou-se à construção e implementação de um programa deformação e na 2ª fase à avaliação e intervenção em famílias com um idoso dependente.Recorremos a triangulação de metodologias e de participantes. O objectivo geral foi estudara influência de um programa de desenvolvimento de competências na área do cuidar defamílias com um idoso dependente em contexto familiar. O programa apoiou-se numaperspectiva sistémica relacional, centrada na ecologia social da família ou redes complexascom que esta interage, vive e se desenvolve, e no Modelo de Avaliação e Intervenção deCalgary. No final da 1ª fase concluímos que os estudantes do grupo experimental tinhammais conhecimentos e habilidades para avaliar e intervir em famílias. No contexto destainvestigação construímos e validamos uma Escala de Avaliação de Papéis Familiares,instrumento que se revelou adequado para pessoas com nível de instrução baixo e quepode ser aplicado na forma de heteropreenchimento.Na 2ª fase trabalhamos com uma amostra intencional composta por 108 famílias,sendo estas, nucleares, maioritariamente formadas por um conjunto de 2 ou 3 elementose a viverem a fase da partida dos filhos ou com filhos adultos/velhos. Os elementos dosagregados familiares caracterizavam-se por baixa escolaridade, sendo maioritariamentedomésticas, reformados ou desempregados que cuidam de idosos totalmente dependentes.São famílias com rede e apoio social limitado. Assumem o papel terapêutico e outrosde uma forma integral há mais de quatro anos. São famílias com coesão e adaptabilidadee manifestaram baixos níveis de sintomatologia psicológica. A diferença de resultadosencontrados no grupo experimental permitem-nos afirmar que se formarmos profissionaiscom competências para avaliar e intervir em famílias obtemos ganhos na saúde dasfamílias.Foi nossa intenção, por um lado, promover o conhecimento sobre famílias comum idoso dependente, de uma região do Norte de Portugal e, por outro, contribuir paraa melhoria da formação de enfermeiros, e, por consequência, melhorar a qualidade decuidados de enfermagem de família.

ABSTRACTAgeing is a universal, common, gradual, irreversible and inevitable process, inherentto life itself.Europe possesses high rates of elderly people and Portugal is ranked as the seventhmost elderly country in Europe. Social and Health policies lead to the maintenance of elderlyat their homes. Nowadays we come across a significant number of elderly who aren’t able tofulfil their basic needs by themselves. Such evidence proves that it’s the family which helpsthe elderly in a familiar context. Therefore, this problematic issue affects nursing practices,research and teaching about family. Focused on scientific evidence we question ourselves:while nurses are the central elements in health teams, is the basic knowledge enough forthe development of necessary skills to intervene in families with a dependant old person?From January 2007 to June 2008 we developed a quasi-experimental study dividedinto 2 distinct phases. The 1st phase was about construction and settlement of a trainingprogramme and phase 2 was dedicated to the intervention and evaluation of familieswith a dependant old person. We use either quantitative or qualitative approaches. Theoverall objective was to study the influence of a programme to develop skills in the areaof caring for families with a dependant old person in the family context. The programmewas supported by a relational systemic perspective, focusing on the social ecology ofthe family or complex networks with which it interacts, lives and grows, and by the ModelEvaluation and Intervention of Calgary. At the end of Phase 1 we concluded that students inthe experimental group had more knowledge and skills to assess and intervene in families.In this research we designed and validated a Rating Scale of Family Roles that has provedsuitable for people with low level of Education and which can be filled by others through aninterview.In Phase 2 we worked with a non probabilistic sample of 108 nuclear families, mostlyconsisting in two or three elements. These families were experiencing the departure of theirchildren, or they were families with adult children. The elements of the households werecharacterized by low education, being mostly domestic, retired or unemployed people whocare for totally dependant old peopleThey were families with limited network and social support. They had assumed notonly the therapeutic role but also other roles in an integral way for more than four years.They are families with cohesion and adaptability and expressed low levels Psychologicalsymptoms. The difference in the results found in the experimental group allows us to saythat if we train professionals with skills to assess and intervene in families, we will obtainmore positive results in the family’s health.Our intention was firstly to promote knowledge about families with a dependant oldperson from a region in the North of Portugal, and also to contribute to the improvement ofnursing education and consequently improve the quality of Family Nursing.

AGRADECIMENTOSDe uma forma particular agradeço à Orientadora Professora Doutora Constança Paúla orientação, o apoio, a disponibilidade, as críticas e sugestões, e interesse na colaboraçãodesta investigação.À Co-orientadora Professora Doutora Maria Manuela Martins pelo seu olhar crítico quesuscitou continuamente novos questionamentos, desafios que promoveram o crescimentopessoal e profissional.À ESSVA agradeço o apoio em recursos materiais. Expresso os meus agradecimentosao Professor Doutor Almeida Dias pelo seu apoio, disponibilidade e participação activa,principalmente nos momentos mais críticos de operacionalização desta investigação.Este trabalho não teria sido possível sem a valiosa colaboração dos estudantes daESSVA, 6º Curso de Licenciatura em Enfermagem, participantes neste estudo, a quemquero aqui expressar os meus agradecimentos pelo apoio, encorajamento, interessecontinuado, e, sobretudo, pela solidariedade e cooperação.A todas as famílias que participaram na investigação pela sua disponibilidade, aberturae partilha de vivências que permitiram compreender os seus modos de vida e desta formacontribuíram para o aumento de conhecimentos promoção de saúde das famílias.Expresso a minha gratidão e estima a muitos amigos e colegas da ESSVA e dasUnidades de Saúde que proporcionaram, no decorrer desta investigação, uma rede seguraque permitiu manter o meu investimento no estudo com famílias com um idoso dependente.Deixo também uma palavra de agradecimento à bibliotecária Andrea pela suacolaboração na revisão bibliográfica.À minha prima Rosário um muito obrigado pela atenção, disponibilidade, apoio narevisão do texto durante todas as fases do desenvolvimento desta investigação.Por fim, quero expressar toda a minha gratidão à minha família que me proporcionou:apoio e incentivo, e porque sempre acreditaram que seria capaz de responder a estedesafio.Muito Obrigada!

SIGLASACES Agrupamentos de Centros de SaúdeAIVD – Actividades Instrumentais da Vida DiáriaAVD – Actividades de Vida DiàriasBSI – Brief Symptom InventoryCIPE – Classificação Internacional da Prática de EnfermagemCNP – Classificação Nacional da ProfissõesDNA – Deoxyribo Nucleic AcidEAF – Escala de Ambiente familiarEAPF – Escala de Avaliação de Papéis FamiliaresECTS - European Credit Transfer and Accumulation SystemESSVA – Escola Superior de Saúde do Vale do AveFACES III – Family Adaptability and Cohesion Evaluation ScaleICN – International Council of NursesINE – Instituto Nacional de EstatísticaINSRJ – Instituto Nacional de Saúde Dr.Ricardo JorgeKMO – Kaiser-Meyer-OlkinMCAF – Modelo de Calgary de Avaliação da Famíliax MédiaMICF - Modelo de Calgary de Intervenção na FamíliaOE – Ordem dos EnfermeirosREPE – Regulamento do Exercício Profissional de EnfermagemT - Estatística do Teste de WilcoxonUNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a CulturaW - Estatística do Teste de Wilcoxon-Mann-WhitneyWHO – World Health Organization

PUBLICAÇÕES E COMUNICAÇÕESReferenciamos os artigos e comunicações que foram desenvolvidos durante opercurso desta investigação. Os artigos que aguardam publicação são capítulos ou subcapítulos desta tese Doutoral.Artigos PublicadosAraújo, I. M., Paúl, C., Martins, M. (2008). Cuidar das Famílias com um idoso dependentepor AVC: Do hospital à Comunidade – Um desafio. Referência, II Série(7), 43-53.Araújo, I. M., Paúl, C., Martins, M. M. (2009). Cuidar de idosos dependentes no domicílio:Desabafos de quem cuida. Ciência Cuidado e Saúde, 8(2), 191-197.Artigos Que Aguardam PublicaçãoAraújo, I. M., Paúl, C., Martins, M. “Cuidar no Paradigma da Desinstitucionalização: ASustentabilidade do Idoso na Família”. (em Revisão – Referência, artigo II 1013).Araújo, I. M., Paúl, C., Martins, M. “Viver com mais idade em Contexto Familiar: Dependênciano auto-cuidado” (em Revisão – Revista REEUSP).Araújo, I. M., Paúl, C., Martins, M. “Famílias Cuidadoras de Idosos Estrutura eDesenvolvimento” (em Revisão – Ciência Cuidado e Saúde, artigo 343).Araújo, I. M., Paúl, C., Martins, M. “Evaluation of Questionnaire on Family Roles – Evaluationof Psychometric Properties”ComunicaçõesPoster: Evaluation of Questionnaire on Family Roles: Evaluation of Psychometric Properties.9th International Family Nursing Conference. 4 Junho 2009.

ÍNDICEÍndice de Figuras .19Índice de Quadros .21Índice de Tabelas .23Índice de Gráficos .25INTRODUÇÃO .27CAPÍTULO 1ENTARDECER NA VIDA COM DEPENDENCIA .351.1 – Envelhecimento .351.2 – Idoso Dependente .441.3 – Família: Cuidador Principal do Idoso Dependente .48CAPÍTULO 2MODELO DE INTERVENÇÃO EM FAMÍLIA .552.1 – Perspectiva Sistémica da Família .552.2 – Saúde Familiar um Desafio para a Enfermagem .612.3 – Enfermagem de Família Suporte Conceptual .652.3.1 – Modelo de Calgary .662.3.2 – Intervenções de Enfermagem na Família .76CAPÍTULO 3Treinar ENFERMEIROS PARA CUIDAR DE FAMÍLIAS COM UM IDOSODEPENDENTE .833.1 – Intervenção Educativa para Cuidar de Famílias:Construção e Implementação de um Programa de Formação .833.1.1 – Complementaridade de Saberes: Competências para o Sec XXI .873.1.2 – Formação Inicial em Enfermagem .893.1.3 – Processo Pedagógico da Formação .913.2 – Saberes dos Estudantes sobre Enfermagem de Família:Ponto de Partida para a Fase Experimental .15106

ÍndiceCAPÍTULO 4TER A FAMÍLIA COMO FOCO DE INTERVENÇÃO .1094.1 – Desenvolvimento da Escala de Avaliação de Papéis Familiares.1094.1.1 – Processos Familiares: Papéis Familiares .1114.1.2 – Material e Métodos na Construção da Escala.1174.1.3 – Resultados da Escala de Avaliação de Papéis Familiarespara a População em Geral .120CAPÍTULO 5METODOLOGIA .1275.1 – Tipo de Estudo .1275.2 - Objectivos .1295.3 - Questões Orientadoras .1315.4 – Desenho da Investigação .1325.5 – Variáveis em Estudo .1335.6 – Protocolo de Colheita de Informação .1425.7 – Percurso da Investigação .1525.8 – Aspectos Éticos .158CAPÍTULO 6SAÚDE FAMILIARE DEPENDENCIA DE UM DOS SEUS MEMBROS .1616.1 – O Estudo Realizado .1626.1.1 – Selecção e Caracterização da Amostra .1656.1.2 – Um Olhar Detalhado nas Famílias com um Idoso Dependente .1696.1.3 – O Perfil do Idoso Dependente em Contexto Familiar .1776.2 – (Re)Conhecer e Cuidar do Cuidador Familiar .1856.3 – O Impacte do Cuidar das Famílias com um Idoso Dependente .1946.4 – Analise da Opinião dos Estudantes e das Famílias:Contributos para um Desenho Curricular .2366.4.1 – Da Intervenção à Inovação no Desenho Curricular .236CONCLUSÃODAS PARTES PARA O TODO:Processo de Formar para Cuidar de Famílias com um Idoso Dependente16253.

ÍndiceBIBLIOGRAFIA .267ANEXOSI– Questionário Avaliação da Formação Extra Curricular .291II– Teste Avaliação de Conhecimentos .295III– Protocolo de Colheita de Informação .299IV– Entrevista ao Cuidador Principal .315V– Entrevista Estudantes .319VI– Pedidos Colheita de Dados .323VII – Termo Consentimento Informado Estudantes .327VIII – Termo Consentimento Informado Famílias .33117

Índice de figuras1 - Diagrama do MCAF.672 - Síntese dos conteúdos Lecionados na Licenciatura em Enfermagem.943 - Etapas da construção e validação da EAPF .1174 - Diagrama da Investigação .1325 - Percurso da investigação fase experimental .1536 - Síntese da colheita de informação da fase 2 da investigação .1637 - Processo de desenvolvimento curricular .2378 - Fases de elaboração de um currículo .2389 - Síntese das principais categorias da avaliação dos estudantes .24019

Índice de quadros1 - Dados referentes aos estudantes .922 - Resultados da avaliação dos conteúdos da formação .1043 - Resultados da avaliação dos aspetos pedagógicos .1044 - Análise factorial da EAPF .1225 - Scores médios EAPF .1256 - Variável independente: programa de formação .1347 - Avaliação dos conhecimentos dos estudantes .1358 - Variável dinâmica familiar .1359 - Variável ambiente familiar .13610 - Variável papéis familiares .13711 - Variável sintomas psicológicos .13712 - Variável tipologia da família .13813 - Variável ciclo vital da família .13914 - Variável relações intra-familiares .13915 - Variável apoios externos à família .14016 - Variáveis sociodemográficas dos participantes .14117 - Síntese do percurso da 1ª fase da investigação .15418 - Síntese do percurso da 2ª fase da investigação .15519 - Resumo do contacto dos estudantes com as famílias .15720 - Dados sociodemográficos dos familiares do idoso dependente .16621 - Caracterização da idade dos familiares do idoso dependente .16722 - Caracterização das habilitações literárias dos familiares do idoso dependente16723 - Caracterização da profissão dos familiares do idoso dependente .16924 - Caracterização da tipologia das famílias .17025 - Caracterização do ciclo vital das famílias .17226 - Descrição das relações fortes da família com a rede e apoio social .17627 - Caracterização da idade dos idosos dependentes .17828 - Categoria: contexto físico que acolhe o idoso dependente .18129 - Categoria: crenças e valores familiares .18330 - Categoria: organização do cuidador na prestação de cuidados .18731 - Categoria: processo de aprendizagem do cuidador .18832 - Categoria: processos familiares .19021

Índice de Quadros33 - Descrição da adaptação das famílias .19634 - Descrição da coesão das famílias .19835 - Descrição da idealização da adaptação das famílias .20036 - Descrição da idealização da coesão das famílias .20137 - Resumo da dinâmica familiar: comparação dos grupos e fases .20238 - Descrição da expressividade e comunicação .20439 - Descrição da organização/regulação familiar .20540 - Descrição das actividades culturais e intelectuais .20741 - Descrição da dimensão religiosa .20842 - Descrição da orientação para o sucesso .20943 - Descrição das actividades recriativas .21044 - Resumo do ambiente familiar: comparação dos grupos e fases .21145 - Descrição de sintomas de somatização .21346 - Descrição de sintomas obsessivo-compulsivo .21447 - Descrição de sintomas de sensibilidade interpessoal .21548 - Descrição de sintomas de depressão .21649 - Descrição de sintomas de ansiedade .21750 - Descrição de sintomas de hostilidade .21851 - Descrição de sintomas de ansiedade fóbica .21952 - Descrição de sintomas de idealização paranoide .22053 - Descrição de sintomas de psicoticismo .22154 - Resumo de sintomas psicológicos: Comparação dos grupos e fases .22355 - Descrição do papel de provedor .22456 - Descrição do papel de dona de casa .22557 - Descrição do papel cuidados externos à casa .22758 - Descrição do papel prestação de cuidados à criança .22959 - Descrição do papel socializador .23060 - Descrição do papel sexual .23161 - Descrição do papel terapêutico .23262 - Descrição do papel organizador de actividades recreativas .23363 - Resumo dos papeis familiares: comparação dos grupos e fases .23564 - Categoria: intervenção dos estudantes nas famílias .24565 - Categoria: Domínios das intervenções nas famíliascom um idosos dependentes.22249

Índice de tabelas1 - Conteúdos alusivos ao conceito Família VS Objetivos .952 - Conteúdos alusivos a Promoção da Saúde VS Objetivos .963 - Conteúdos alusivos a idoso VS Objetivos .964 - Conteúdos alusivos a Cuidados VS Objetivos .975 - Descrição dos conhecimentos dos estudantes .1076 - Avaliação da dependência dos idosos .1787 - Etiologia da dependência dos idosos .17923

Índice de gráficos1 - Representação da idade dos familiares do grupo controlo .1662 - Representação da idade dos familiares do grupo experimental .1673 - Representação da idade dos idosos dependentes .1774 - Representação do tempo de dependência dos idosos .1805 - Representação da adaptação do grupo controlo fase 1 .1976 - Representação da adaptação do grupo experimental fase 1 .1977 - Representação da coesão do grupo controlo fase 1 .1998 - Representação da coesão do grupo experimental fase 1 .1999 - Representação da idealização da coesão do grupo controlo fase 1 .20010 - Representação da idealização da coesão do grupo experimental fase 1 .20011 - Representação da somatização do grupo controlo fase 1 .21312 - Representação da somatização do grupo experimental fase 1 .21313 - Representação do papel prestador de cuidados à criançado grupo controlo fase 1.25228

INTRODUÇÃOA investigação em Enfermagem é um processo sistemático, científico e rigoroso queprocura incrementar o conhecimento, respondendo a questões ou resolvendo problemasem benefício da pessoa, da família e das comunidades. Compreende todos os aspectos dasaúde onde se inclui: a promoção da saúde, a prevenção da doença, o cuidado à pessoaao longo do ciclo vital, no contínuo Saúde/Doença (ICN, 1999).A Enfermagem, como todas as disciplinas, necessita de renovar continuamente oseu corpo de conhecimentos e, é desta forma que alcança a independência, a autonomia,o prestígio e a credibilidade.A investigação em Enfermagem pode ser desenvolvida em diferentes áreas como:na prestação de cuidados, na gestão, na formação e educação, política e regulação.Sabemos que independentemente da área em que se investigue, a sua importância é, hoje,reconhecida para o desenvolvimento contínuo da profissão e para a tomada de decisõesadequadas, oportunas e inteligentes para prestar os melhores cuidados. Assim, a melhoriada qualidade dos cuidados e optimização dos resultados em saúde individual ou de grupodepende do desenvolvimento de trabalhos com recurso a metodologias científicas.De entre as diferentes áreas de intervenção do enfermeiro está a prestação decuidados ao idoso e sua família, o que torna esta problemática relevante quer para aeducação quer para a prestação de cuidados.O envelhecimento das populações é um fenómeno global actual, de transiçãodemográfica, com consequências sociais e económicas levando a repercussões na saúdee bem-estar das pessoas, das famílias e comunidades.O Mundo, na generalidade os países europeus, e concretamente Portugal, estãoa enfrentar os desafios desta transição. A realidade portuguesa vivenciou entre 1960 e2001 o fenómeno do envelhecimento demográfico que se traduziu por um decréscimo deaproximadamente 36% da população jovem e um incremento de 140% da população idosa.Dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2001, dão a conhecer queforam recenseadas 1828617 pessoas idosas, verificando-se um aumento substancial depessoas com 65 ou mais anos de idade, o que corresponde a 17,4% da população geral.Neste crescendo de transição demográfica, em 2050, Portugal será um dos países daUnião Europeia com maior percentagem de idosos e menor percentagem de populaçãoactiva. Entre 2004-2050, a percentagem de idosos portugueses aumentará para 31,9%.Sendo assim, Portugal será o quarto país da União Europeia com maior percentagem de27

Introduçãoidosos, apenas ultrapassado pela Itália (35,3%), Grécia (32,5%) e Espanha (35,6%). Nestesentido, os países mediterrâneos continuarão a ter uma baixa taxa de natalidade e umalonga esperança de vida (Direcção Geral de Saúde, 2005; Pertronilho, 2010).O aumento da esperança média de vida é algo de que todos nos devemos orgulhar,espelha o resultado de muitas conquistas como transformações significativas na melhoriada saúde pública, avanços tecnológicos da medicina preventiva e curativa. Mas, a pardo aumento da população idosa assiste-se ao declínio da fecundidade o que acentua ofenómeno do envelhecimento.O envelhecimento consiste num processo complexo da evolução biológica dosorganismos vivos, e um processo psicológico e social do desenvolvimento do ser humano“ser idoso é uma condição plural dos indivíduos que tem o privilégio de experimentar vidaslongas. A condição de ser idoso

MCAF - Modelo de Calgary de Avaliação da Família x Média MICF - Modelo de Calgary de Intervenção na Família OE - Ordem dos Enfermeiros REPE - Regulamento do Exercício Profissional de Enfermagem T - Estatística do Teste de Wilcoxon UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura